Resumo O artigo analisa, de uma perspectiva histórica, o contexto intelectual e político em que se operou, a partir da Reforma Capanema de 1942, a exclusão da sociologia como disciplina obrigatória do currículo das escolas secundárias. Partindo das interpretações que se cristalizaram em torno desse episódio-chave para a história das ciências sociais no Brasil, busca complexificar as leituras correntes à luz do exame das fontes primárias disponíveis, em especial daqueles presentes no Arquivo Gustavo Capanema. Conforme argumenta, a saída da sociologia das escolas esteve intimamente ligada às disputas em torno de sua cientificidade travadas pelos católicos, fração importante da base de apoio do Estado Novo. Como é possível depreender dos pareceres de intelectuais católicos contrários à permanência da sociologia como disciplina escolar, a crítica apontava para as visões secularistas e anticlericais que aquela ciência poderia veicular. Nesse sentido, razões políticas e ideológicas, e não apenas pragmáticas e operacionais, estiveram na raiz de sua exclusão da grade curricular.
Resumen El artículo analiza, desde una perspectiva histórica, el contexto intelectual y político en el que la sociología fue excluida como materia obligatoria del currículo de la escuela secundaria con la Reforma Capanema de 1942. A partir de las interpretaciones que cristalizaron en torno a este episodio clave para la historia de las sociedades ciencias en Brasil, busca matizar y complicar las lecturas actuales considerando las fuentes primarias disponibles, especialmente las presentes en el Archivo Gustavo Capanema. Como sostiene, el alejamiento de la sociología de las escuelas estuvo estrechamente vinculado a las disputas en torno a su cientificidad libradas por los católicos, una fracción importante de la base de apoyo del Estado Novo. Como se desprende de las opiniones de los intelectuales católicos que estaban en contra de la permanencia de la sociología como materia escolar, las críticas apuntaban a las visiones secularistas y anticlericales que esa ciencia podía transmitir. En este sentido, razones políticas e ideológicas, y no sólo pragmáticas y operativas, estuvieron en la raíz de su exclusión del plan de estudios.
Abstract The article analyzes, from a historical perspective, the intellectual and political context in which sociology was excluded as a mandatory subject from the secondary school curriculum following the Capanema Reform of 1942. Starting from the interpretations that crystallized around this key episode for the history of social sciences in Brazil, it seeks to nuance and complicate current readings by considering the available primary sources, especially those present in the Gustavo Capanema Archive. As it is argued, the exclusion of sociology from schools was closely linked to the disputes surrounding its scientificity waged by Catholics, an important fraction of the support base of the Estado Novo. As can be seen from the opinions of Catholic intellectuals who opposed the permanence of sociology as a school subject, the criticism pointed to the secularist and anti-clerical views that that science could convey. In this sense, political and ideological reasons, and not just pragmatic and operational ones, were at the root of its exclusion from the curriculum.
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