RESUMEN En cirugía cardíaca los relajantes musculares se seleccionan según su perfil farmacodinámico, farmacocinético y las características del paciente. Los más utilizados son los de duración prolongada. El objetivo es comparar la incidencia y duración del bloqueo residual con dos formas de administración de relajantes de duración intermedia: en bolo al inicio de la cirugía o en infusión, en pacientes sometidos a cirugía cardíaca con circulación extracorpórea. Se realizó un estudio prospectivo, controlado, paralelo, aleatorizado y ciego. Se incluyeron 22 pacientes coordinados para revascularización miocárdica o sustitución valvular, o ambas. Los pacientes se aleatorizaron en dos grupos. El primer grupo recibió atracurio en una dosis única de 0,6 mg/kg por vía intravenosa (i/v) en la inducción de la anestesia. El segundo grupo recibió atracurio a una dosis de 0,6 mg/kg i/v en la inducción de la anestesia, seguido de perfusión a 0,4 mg/kg/h que se interrumpió al cierre del esternón. Se monitorizó la relajación neuromuscular desde la inducción anestésica y luego cada 15 minutos hasta alcanzar la reversión del bloqueo neuromuscular (T4/T1 > 0,9). El tiempo de recuperación neuromuscular fue más prolongado en el grupo de pacientes sometidos a infusión (90 versus 310 minutos, p < 0,05%). Todos los pacientes sometidos a infusión continua de atracurio presentaron bloqueo residual al final de la cirugía, no observándose ningún caso en el otro grupo. El uso de atracurio en bolo al inicio de la anestesia es una opción eficaz y segura en estos pacientes. Consideramos necesario replantear la utilización de relajantes en infusión continua en este tipo de cirugía.
SUMMARY In cardiac surgery neuromuscular relaxants are selected according to their pharmacodynamic and pharmacokinetic profile, and also by the patients´ characteristics. The most used are those of long-acting. The aim of this study is to compare the incidence and duration of neuromuscular residual blockade with intermediate-acting relaxants administrated in two different ways, at the beginning of surgery in bolus or in infusion, both in patients undergoing cardiac surgery with extracorporeal circulation. A prospective, controlled, parallel, randomized and blind study was performed. Twenty-two patients coordinated for cardiac surgery with extracorporeal circulation for myocardic revascularization and/or valvular replacement were included. The patients were randomized in two groups. The first group received a single dose of 0,6 mg/kg i/v of atracurium at the induction of anaesthesia. The second group received in a dose of 0,6 mg/kg i/v of atracurium at the induction of anaesthesia, followed by a perfusion of 0,4 mg/kg/h until the sternum was closed. The neuromuscular relaxation was monitored from the induction of anaesthesia, and then every 15 minutes until the neuromuscular blockade reversion was achieved (T4/T1 > 0,9). The neuromuscular recuperation time was longer in the group of patients subject to the infusion protocol (90 vs 310 minutes, p: < 0.05%). All patients subject to atracurium continuous perfusion presented neuromuscular residual blockade at the end of surgery. In the other group no neuromuscular residual blockade was observed. Atracurium used in bolus at the beginning of the surgery is an effective and safe option in these patients. It is necessary to reconsider the use of neuromuscular relaxants in continuous perfusion in this surgery
RESUMO Em cirurgia cardíaca os relaxantes musculares são selecionados de acordo com o seu perfil farmacodinâmico, farmacocinético e as características do paciente. Os mais usados são os de duração prolongada. O objetivo é comparar a incidência e duração do bloqueio com duas formas de administração de relaxantes de duração intermediária, em bolus ao início da cirurgia ou em infusão, em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca com circulação extracorpórea. Foi realizado um estudo prospectivo, controlado, paralelo, randomizado e cego. Foram incluídos 22 pacientes coordenados para revascularização do miocárdio e/ou substituição valvular. Os pacientes foram divididos aleatoriamente em dois grupos. O primeiro grupo recebeu atracúrio em uma única dose de 0,6 mg / kg i/v na indução da anestesia. O segundo grupo recebeu atracúrio na dose de 0,6 mg/kg i/v na indução da anestesia, seguido de perfusão de 0,4 mg/kg/h, que foi interrompido no fechamento do esterno. Foi monitorado o relaxamento neuromuscular a partir da indução anestésica e depois a cada 15 minutos até chegar à reversão do bloqueio neuromuscular (T4/T1> 0,9). Foram incluídos 22 pacientes (11 em cada grupo). O tempo de recuperação neuromuscular foi mais prolongado no grupo de pacientes submetidos ao perfusão (90 vs 310 minutos, p: < 0,05%). Todos os pacientes submetidos à infusão contínua de atracúrio apresentaram bloqueio no final da cirurgia. Não foi observado nenhum caso no outro grupo. O uso de atracúrio em bolus no início da anestesia é uma opção eficaz e segura nestes pacientes. Consideramos que é necessário repensar a utilização de relaxantes em infusão contínua neste tipo de cirurgia.