Introdução:a atual reconfiguração do mercado de trabalho surge no contexto da emergência de novas realidades económicas, históricas e sociais, pautadas pela complexidade, incerteza, aceleração e imprevisibilidade.Objetivo:face às exigências de adaptação psicossocial implícitas nesse contexto, o presente estudo pretendeu diferenciar a auto perceção dos trabalhadores no que concerne à sua saúde mental, em função da frequência em programas de formação profissional, quer se trate de trabalhadores em situação de emprego ou de desemprego.Métodos:Para o efeito, foram inquiridos 210 sujeitos. Na avaliação da autoperceção de saúde mental foi utilizada a adaptação portuguesa do General Health Questionnaire (G.H.Q.- 28).Resultados:os resultados evidenciaram diferenças significativas no que concerne à autoperceção de saúde mental dos trabalhadores em função da sua frequência em programas de formação profissional, mostrando melhor situação entre os que frequentam cursos, sejam homens ou mulheres (t=-4,503; p<0,001 e t=-4,737; p<0,001), empregados ou desempregados (t=-5,551; p<0,001 e t= -2,458; p<0,05). Verificou-se ainda que os trabalhadores empregados que continuaram a aderir a ofertas de formação profissional, apresentam uma auto perceção de saúde mental significativamente mais favorável (t=-5,138; p<0,001).Conclusão:os resultados permitem supor que o envolvimento dos trabalhadores em acções de formação profissional funciona como elemento protetor da sua saúde mental.
Background:the present reconfiguration of the labor market arises in the context of new economic, social and historical events, characterized by complexity, uncertainty, unpredictability and acceleration.Objective:given the psychosocial adaptation required by this context, the present study intends to distinguish workers' self-perception concerning their mental health, according to their participation in vocational training programs, whether they are employed or unemployed.Methods:to achieve this purpose we interviewed 210 workers. To evaluate self-perceived mental health, a Portuguese adaptation of the General Health Questionnaire (G.H.Q.-28) was used .Results:results evidenced significant differences in workers' mental health self-perception. These differences were related to the workers' attendance in vocational programs, with advantage for those attending courses, whether men or women (t=-4.503; p<0.001 and t=-4.737; p<0.001), employed or unemployed (t=-5.551; p<0.001 and t=-2.458; p<0.05). It was also found that the employed workers who continued to join vocational training offers had a significantly more favorable mental health self perception (t=-5.138; p<0.001).Conclusion:results support the hypothesis that involvement in vocational training activities functions as a protective element for workers' mental health.