En este texto se reflexiona en torno al llamado ético-político que modula el pensamiento de Foucault, sobre la necesidad de inventar otros modos de ser para rechazar el tipo de subjetividad que se nos impone y los mecanismos de poder que así nos sujetan, desde la pregunta por cómo puede esta invención y transformación de sí darse en ciertas prácticas del lenguaje. Así, el artículo se detiene en dos instancias cronológica y analíticamente dispersas en la obra de Foucault: por un lado, su reflexión temprana sobre la relación entre la locura y el lenguaje literario, y por otro lado, su reflexión tardía sobre el modo de vida de los cínicos en la Grecia antigua, y sobre la dimensión política de la práctica de un cierto decir veraz (la parrhesía) característico del bios cynikus. A partir de estas dos instancias, se busca destacar cómo en cada caso la noción de "subjetivación ética" parece volverse insuficiente para dar cuenta de los efectos ético-políticos de estas prácticas del lenguaje. Y movilizando los recursos conceptuales que se despliegan en esta lectura de ciertos textos de Foucault, el artículo busca, así mismo, reflexionar sobre los efectos ético-políticos de algunos actos de escritura del poeta colombiano Raúl Gómez Jattin.
ABSTRACT This article reflects on the ethical-political summon that modulates Foucault's thoughts regarding the necessity to invent other ways of being, so as to reject the type of subjectivity that is imposed on us and the mechanisms of power to which we are thus subjected, from the perspective of the question: How can this invention and transformation of oneself come to happen in certain practices with language? Thus, the article focuses on two chronologically and analytically disperse instances in Foucault's work: on the one hand, his early reflection on the relation between madness and literary language, and on the other hand, his late reflection on the cynics' way of life in ancient Greece, and on the political dimension of the practice of a certain "truth-telling" (parrhesia) characteristic of the bios cynikus. From these two instances, the article seeks to highlight how in each case the notion of "ethical subjectivation" seems to become insufficient to take into account the ethical-political effects of these practices with language. And mobilizing the conceptual resources that are explored in this reading of some of Foucault's texts, the article seeks, as well, to reflect on the ethical-political effects of some acts of writing from the Colombian poet, Raúl Gómez Jattin.
RESUMO Neste texto, reflexiona-se em torno do chamado ético-político que modula o pensamento de Foucault sobre a necessidade de inventar outros modos de ser para rejeitar o tipo de subjetividade que se impõem a nós e os mecanismos de poder que assim nos sujeitam, a partir da pergunta "como esta invenção e transformação de si podem acontecer em certas práticas da linguagem". Assim, o artigo se detém em duas instâncias cronológica e analiticamente dispersas na obra de Foucault: por um lado, sua reflexão precoce sobre a relação entre a loucura e a linguagem literária; por outro, sua reflexão tardia sobre o modo de vida dos cínicos na Grécia antiga, e sobre a dimensão política da prática de certo dizer veraz (a parrhesia), característico do bios cynikus. A partir dessas duas instâncias, busca-se destacar como em cada caso a noção de "subjetivação ética" parece se tornar insuficiente para dar conta dos efeitos ético-políticos dessas práticas de linguagem. Ao mobilizar os recursos conceituais que se desdobram nesta leitura de certos textos de Foucault, o artigo pretende, também, refletir sobre os efeitos ético-políticos de alguns atos de escritura do poeta colombiano Raúl Gómez Jattin.