OBJETIVO: Apresentar uma análise crítica de estudos da literatura sobre a deficiência de vitamina A (DVA) no Brasil, segundo o indicador bioquímico retinol sérico, considerando-se o impacto negativo da DVA na saúde reprodutiva e no desenvolvimento infantil. FONTES DE DADOS: os bancos de dados Medline e BVS, no período de 1994 a 2007, foram rastreados com a combinação de descritores: "vitamin A deficiency", "Brazil", "pregnant", "children" e "retinol serum level". A inclusão dos artigos foi realizada com base em critérios de elegibilidade referentes à população, desenho do estudo e idioma, enfatizando-se estudos com gestantes, puérperas, nutrizes, lactentes e pré-escolares que não apresentassem doenças crônicas não-transmissíveis ou infecciosas. SÍNTESE DOS DADOS: dos 27 artigos selecionados, 25 eram estudos transversais, um era caso-controle e um estudo longitudinal. Identificou-se que 71% e 25% dos trabalhos com gestantes e crianças, respectivamente, adotaram valores de retinol sérico <1,05µmol/L como ponto de corte. Todos os estudos apontaram a DVA como um problema de proporção preocupante. Reconhece-se a emergente inserção dos adolescentes no grupo de risco potencial para DVA e da antropometria como variável independente para tal deficiência nutricional. CONCLUSÕES: Aponta-se uma necessidade de incluir estratégias de intervenção adicionais à suplementação, reavaliar pontos de corte na interpretação do diagnóstico da DVA e refletir sobre a pertinência da inclusão de novas áreas e grupos com risco potencial para DVA em programas de intervenção.
OBJECTIVE: To critically review the literature regarding vitamin A deficiency (VAD) in Brazil, according to biochemical indicators, considering that VAD has a negative impact upon reproductive health and child development. DATA SOURCE: Medline and BVS databases were searched from 1994 to 2007, using the combination of the following terms: "vitamin A deficiency", "Brazil", "pregnant", "children" and "retinol serum level". Inclusion criteria were based on characteristics of the studied population, study design and language, with emphasis on studies with the following subjects: pregnant, postpartum and nursing women, infants and preschool children without chronic or infectious diseases. DATA SYNTHESIS: Among the 27 selected studies, 25 were cross-sectional, one was a case-control, and one was a cohort study. 71% and 25% of the studies with pregnant women and with children, respectively, adopted retinol serum level <1.05µmol/L as the cut-off value for VAD. All the studies pointed VAD as a health problem of major concern. The need of including adolescents as a risk group of VAD is recognized. Anthropometry should be considered as an independent variable for this nutritional deficiency. CONCLUSIONS: The findings of this review show the need of aditional intervention strategies regarding supplementation of vitamin A. VAD should be secuched not only in risk areas, but throughout the country, in several potential risk groups. It is important to reevaluate cut-off points in order to better diagnose vitamin A deficiency.