ABSTRACT Biogeography of Amazonian fishes (2,500 species in vastly disjunct lineages) is complex and has so far been approached only partially. Here, we tackle the problem on the basis of the largest database yet on geographical distribution and phylogenetic relationships of Amazonian fishes, including all information available. Distributions of 4,095 species (both Amazonian and outgroups) and 84 phylogenetic hypotheses (comprising 549 phylogenetically-informative nodes) were compiled, qualified and plotted onto 46 areas (29 Amazonian and 17 non-Amazonian). The database was analyzed with PAE, CADE, BPA and BPA0, yielding largely congruent results and indicating that biogeographic signal is detectable on multiple dimensions of fish distribution, from single species ranges to cladistic congruence. Agreement is especially pronounced in deeper components, such as Trans-Andean, Cis-Andean, Western Amazon and Orinoco basins. Results show that all major Amazonian tributaries, as well as the Amazon basin itself, are non-monophyletic and constitute hybrid sets of heterogeneous biotic partitions. Amazonian drainages should not be assumed a priori as historically cohesive areas, contrary to widespread practice. Our hypothesis allows re-evaluation of broader issues in historical biogeography, such as the predictive power of biogeographic hypotheses, the vicariant/dispersal duality, the significance of widely distributed taxa, and the need for temporal dimension in biogeographic patterns.
RESUMO A biogeografia dos peixes amazônicos (2.500 espécies de diferentes linhagens) é complexa e até agora foi abordada apenas parcialmente. Aqui abordamos o problema com base no maior banco de dados já feito sobre a distribuição geográfica e as relações filogenéticas dos peixes amazônicos, incluindo todas as informações disponíveis. A distribuição de 4.095 espécies (tanto amazônicas como de grupos-externos) e 84 hipóteses filogenéticas (que incluíam 549 nós filogeneticamente informativos) foram compiladas e qualificadas em 46 áreas (29 amazônicas e 17 não-amazônicas). O banco de dados foi analisado a partir das metodologias PAE, CADE, BPA e BPA0, resultando em topologias amplamente congruentes e indicando que o sinal biogeográfico é detectável em múltiplas dimensões, desde a simples distribuição de peixes até em congruência cladística. A concordância topológica é especialmente pronunciada em componentes mais profundos, como as bacias Trans-Andina, Cis-Andina, Amazonas Ocidental e Orinoco. Os resultados demonstram que todos os principais afluentes amazônicos, bem como a própria bacia amazônica, não são monofiléticos e constituem conjuntos híbridos formados a partir de parcelas bióticas heterogêneas. As drenagens amazônicas não devem ser consideradas a priori como áreas historicamente coesas, contrariamente à prática generalizada. Nossa hipótese permite a reavaliação de questões mais amplas na biogeografia histórica, como o poder preditivo de hipóteses biogeográficas, a dualidade vicariante/dispersão, significância de táxons amplamente distribuídos e a necessidade da dimensão temporal em padrões biogeográficos.