O objetivo deste artigo é realizar um comparativo das condições de saúde dos profissionais do setor de transporte rodoviário e a saúde dos ocupados nos demais setores da economia nos Estados brasileiros. As informações foram obtidas com base nos microdados do suplemento saúde da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 1998, e por meio de regressões logísticas estimou-se as chances de um trabalhador ficar doente ou se auto-avaliar doente, segundo suas características sócio-demográficas. O contingenciamento de algumas variáveis também permitiu avaliar a "produção sacrificada" decorrente da restrição das atividades de trabalho por motivo de saúde no setor de transporte rodoviário. Quanto às doenças cardiovasculares e músculo-esqueléticas, observou-se variações nas chances de adquirir essas afecções em função da idade e dos anos de escolaridade, assim como o risco aumentado para trabalhadores do setor de cargas e de passageiros, e para a categoria motoristas e cobradores. A média de dias perdidos de trabalho dos motoristas e cobradores foi de 6,28 dias, o que representou uma perda salarial de aproximadamente R\(6,6 milhões nos Estados da Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
This article aims to compare health conditions among transportation workers and the general population. Data were obtained from the health survey supplement of the National Sample Household Survey (1998) and were estimated by means of a logistic regression model with socio-demographic characteristics as predictive variables. Production losses resulting from time off the job due to disease was estimated. Age, years of schooling, work in the cargo transportation industry, and being a driver were significantly associated with the odds of cardiovascular and musculoskeletal diseases. The average number of working days lost by drivers and fare collectors was 6.28, representing a wage loss of approximately US\)2.6 million.