A partir dos microdados das PNADs de 2011 a 2015, o artigo analisa as matrizes migratórios interestaduais do Rio de Janeiro e realiza uma caracterização do perfil de seu imigrante. Os dados evidenciam que a crise econômico-financeira estadual deflagrada a partir de 2014 está associada a uma redução do saldo migratório estadual, cuja magnitude provavelmente não foi mais expressiva devido ao caráter inercial de seus fluxos migratórios (existência de redes de contato entre regiões de origem e destino e sua implicação para a redução dos riscos do deslocamento, especialmente em contextos de crise). Observa-se relativa seletividade (e estabilidade) no processo migratório: os imigrantes fluminenses tendem a ser homens, brancos, com situação conjugal estável e com elevados níveis de escolaridade. Há indícios de aumento da migração das mulheres e de indivíduos pretos e pardos, todavia, estas características ainda não são as mais beneficiadas pelo processo migratório.