O trabalho propõe uma reflexão sobre algumas das características do gesto testemunhal enfatizando as aporias que o marcam. Partindo da idéia de que o testemunho de certo modo só existe sob o signo de seu colapso e de sua impossibilidade, o texto enfatiza os dilemas nascidos da confluência entre a tarefa individual da narrativa do trauma e de sua componente coletiva. Nas "catástrofes históricas", como nos genocídios ou nas perseguições violentas em massa de determinadas parcelas da população, a memória do trauma é sempre uma busca de compromisso entre o trabalho de memória individual e outro construído pela sociedade. O testemunho é analisado como parte de uma complexa "política da memória".
The text carries out a reflection about some of the main issues concerning the gesture of testimony, highlighting the apories of witnessing. Departing from the idea that testimony only exists under the sign of its collapse and impossibility, the essay stresses the dilemmas raised from the convergence between the individual task of the trauma storytelling and its collective component. In historical catastrophes, as in the cases of genocides or violent mass persecutions of particular groups of people, the memory of the trauma is always a search for a compromise between the individual memory work and another, more collective. The testimony is analyzed as a part of a complex "politics of memory".