Diante da nova cartografia das relações entre gêneros e das sexualidades na cultura contemporânea, pretendemos discutir em que medida a psicanálise se apresenta como mais um dispositivo da sexualidade tal como concebido por Foucault, o qual procura reinstaurar o modelo tradicional da diferença sexual, através da reiteração da norma heterossexual da dominação masculina. Além disso, indagamos ainda em que medida a psicanálise pode permanecer como uma teoria crítica e uma prática clínica que permita uma relação produtiva com as novas configurações de gênero no contemporâneo, abrindo brechas para a concepção de novas formas de subjetivação. Com esse objetivo analisaremos o debate psicanalítico sobre 1) os deslocamentos do feminino e a positivação da feminilidade; 2) o casamento homossexual e a homoparentalidade e 3) a clínica da transexualidade
Before the new cartography of gender relationships and sexualities in contemporary culture, we intend to discuss in which way psychoanalysis presents itself as one of the devices of sexuality as conceived by Foucault, which tries to reinstate the traditional model of sexual difference trough the reiteration of the heterosexual norm of male domination. Furthermore, we inquire how psychoanalysis can remain a critical theory and a clinical practice that allow a productive relationship with the new configurations of gender, which disclose the conception of new forms of subjectivity. With this aim, we will analyze the psychoanalytical debate on (1) the displacements of feminine and the positiveness of femininity; (2) the homosexual marriage and the homoparentality; and (3) the clinics of transsexuality