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      Zombaria como arma antifeminista: instrumento conservador entre libertários Translated title: Mockery as a conservative instrument among libertarians: Pasquim's antifeminism

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          Abstract

          Nos anos 1960, em meio à rebelião contracultural, acompanhada pela luta dos negros norte-americanos em busca dos direitos civis e pelos protestos contra a guerra do Vietnam, emerge a rebelião das mulheres. Irrompe uma nova vaga feminista nos Estados Unidos e na Europa, a qual também se manifestou vivamente no Brasil. Apontavam tais mulheres como uma mistificação a separação entre o público e o privado, entre o pessoal e o político, insistindo sobre o caráter estrutural da dominação, expresso nas relações da vida cotidiana. Dominação cujo caráter sistemático apresentava-se obscurecido, como se fosse produto de situações pessoais. No momento, o Brasil via-se acossado pela ditadura militar, destacando-se o empenho de alguns, inspirados nos ideais da contracultura, em opor-se ao regime, combatendo o autoritarismo e promovendo a crítica de costumes. A ridicularização era a sua arma, ressaltando-se, nesse particular, os membros do jornal O Pasquim. Paradoxalmente, porém, a mordacidade de muitos de seus articulistas voltou-se, igualmente, contra as mulheres que lutavam por direitos ou que assumiam atitudes consideradas inadequadas ao modelo tradicional de feminilidade e às relações estabelecidas entre os gêneros. Ridicularizavam as militantes, utilizando-se dos rótulos de "masculinizadas, feias, despeitadas", quando não de "depravadas, promíscuas", no que conseguiam tais articulistas grande repercussão. Depreende-se dessa conduta o temor da perda do predomínio masculino nas relações de poder entre os gêneros, no que evidenciavam forte conservadorismo, contrastante com a atitude vista como libertária de alguns desses elementos em outras situações.

          Translated abstract

          In the 1960s, amidst the counter-cultural revolution, women's rebellion emerged side by side with the struggle of North-American Blacks for civil rights and demonstrations against the Vietnam War. A new wave of Feminism broke out in the United States and in Europe, soon followed by a similar movement in Brazil. The women involved pointed to the separation between the public and the private, the personal and the political as a mystification, insisting that domination had a structural character, manifested in the relations of everyday life, and that such systematic character was obscured by the belief that it was the product of personal relations. At that time, Brazil was living under a military dictatorship, with some groups opposing such authoritarian regime and promoting cultural criticism. Mockery was their weapon, as especially illustrated by the members of the newspaper O Pasquim. Paradoxically, the mordacity of many of such writers was visited on women, those women who, fighting for their rights, assumed attitudes which broke with the traditional model of femininity and with established gender relations. They ridiculed militant women by means of labels such as masculine, ugly, bad-tempered, and even perverted and promiscuous, which generated a great response to their articles. We may infer from this attitude that there was a fear of loss of power in gender relations, which reveals a strong conservatism in men who otherwise were libertarians.

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          A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais

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            Proteção social, maternidade transferida e lutas pela saúde reprodutiva

            Este artigo analisa a natureza das tensões presentes na saída das mulheres para o espaço público e na montagem dos sistemas protecionistas no Brasil. Situa experiências e revisões teóricas no âmbito da história das mulheres, das relações de gênero e dos movimentos feministas, na perspectiva da longa duração histórica. Lutas feministas e padrões de domesticidade reafirmam a casa como o lugar, por excelência, das práticas protecionistas, dispensando ou retardando a montagem dos sistemas públicos de proteção social. Relações entre as mulheres mantidas na administração da casa e as que asseguram sua saída para as atividades fora do espaço doméstico estabelecerão desigualdades nos acessos a direitos sociais. O artigo examina indícios de mudança dessa tendência histórica nas lutas pela universalização dos direitos reprodutivos nos anos 80 do século XX.
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              Violência simbólica. Saberes masculinos e representações femininas

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                Journal
                s_ref
                Estudos Feministas
                Estud. fem.
                Centro de Filosofia e Ciências Humanas e Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina (Florianópolis, SC, Brazil )
                0104-026X
                December 2005
                : 13
                : 3
                : 591-612
                Affiliations
                [01] orgnameUniversidade Federal Fluminense
                Article
                S0104-026X2005000300008 S0104-026X(05)01300308
                10.1590/S0104-026X2005000300008
                259bd62a-ed45-4e60-89dc-64a06e69b637

                This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

                History
                : November 2005
                : September 2005
                Page count
                Figures: 0, Tables: 0, Equations: 0, References: 23, Pages: 22
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                SciELO Brazil

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                Artigos Temáticos

                zombaria,pessoal/ político,relações de gênero,feminismo,personal/ political,mockery,gender relations,feminism,conservadorismo,conservatism

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