Animals often face a trade‐off between food acquisition and predation/disturbance avoidance. Yet, the extent to which this trade‐off is affected by modulating factors such as thermal risk and foraging opportunities has been largely overlooked.
Here, we examined the influence of temporal and environmental gradients on the flight initiation distance (FID, the distance at which animals flee from an approaching human‐simulated predator) and escape mode (flying/low risk versus running/low cost) in 16 species of shorebirds foraging on tidal flats of the Bijagós Archipelago, Guinea‐Bissau. We measured escape responses throughout the low tide period during wet and dry seasons and simultaneously recorded microclimate variables and occurrence of heat‐reduction behaviour (ptiloerection). Furthermore, we measured corticosterone metabolites (CORTm) from droppings in red knots Calidris canutus to assess whether ptiloerection is associated to a physiological stress response to hot conditions.
Overall, birds tolerated a closer approach at higher environmental temperatures and when showing ptiloerection. They also had shorter FIDs during the dry season and towards the start/end of the low tide period. FIDs also increased with body mass and decreased in areas with more human presence. In red knots, individuals showing ptiloerection had higher levels of CORTm, demonstrating a link between physiological and behavioural stress coping responses to heat events.
Our results suggest that heat‐stressed shorebirds take greater risks, supporting the idea of a thermoregulation–predation risk trade‐off. They also indicate that shorebirds adjust risk taking to tidal and seasonal cycles, generally reducing FIDs when the energetic costs of escape are expected to be large. Finally, they suggest that shorebirds habituate to non‐lethal human presence and respond to perceived predation risk in accordance with the predictions of optimal escape theory.
These results are relevant to many animals that face a tight window for foraging activity while being exposed to predation/disturbance and heat during the day. We discuss management implications of our results in the context of global change.
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Frequentemente os animais são obrigados a estabelecer um compromisso ( trade‐off) entre a obtenção de alimentos e a prevenção de predação/perturbação. Fatores externos, como o risco térmico e as oportunidades de alimentação, podem afectar esse compromisso, mas a importância desses potenciais fatores não é conhecida.
Neste estudo, investigámos a influência de gradientes temporais e ambientais sobre a distância de iniciação de voo (FID, a distância a que uma ave foge quando uma pessoa se aproxima simulando um predador) e o modo de fuga (voo/baixo risco versus corrida/baixo custo) em 16 espécies de aves limícolas que se alimentam nas áreas entre‐marés do Arquipélago dos Bijagós na Guiné‐Bissau. As respostas de fuga das aves foram medidas durante o período de baixa‐mar na estação das chuvas e na estação seca. Simultaneamente, foram registadas variáveis microclimáticas, bem como a ocorrência de comportamento de redução de calor (ereção das penas ou ptiloereção) por parte das aves. Com o objetivo de investigar se a ereção das penas é uma resposta ao stress fisiológico causado pelo calor, foram quantificados os metabolitos de corticosterona (CORTm) em dejectos de seixoeiras Calidris canutus.
De um modo geral, as aves toleraram uma maior aproximação em condições de temperatura ambiente mais elevada e quando exibiram ptiloereção. Também se registaram FIDs menores durante a estação seca e nos momentos iniciais ou finais do período de baixa‐mar. A FID aumentou com a massa corporal das aves e diminuiu em áreas com maior presença humana. As aves com comportamento de ptiloereção toleraram uma aproximação maior, e a FID foi menor durante a estação seca. Nas seixoeiras, os indivíduos com ptiloereção registaram maiores niveis de CORTm, sugerindo uma ligação entre o stress fisiológico e comportamental na resposta ao calor.
Os nossos resultados mostram que as aves limícolas sujeitas a stress térmico aceitam maiores riscos, o que sugere a existência de um compromisso entre a termoregulação e o risco de predação. Os dados indicam ainda que as aves ajustam a exposição ao risco de predação aos ciclos tidais e sazonais, diminuindo a FID quando os custos energéticos da fuga são, expectavelmente, mais elevados. Finalmente, os resultados mostram também que as aves limícolas tendem a habituar‐se à presença humana e respondem à percepção de risco de predação de acordo com as predições da ‘teoria da fuga ótima’ ( optimal escape theory).
Os resutados deste estudo são relevantes para os animais que só se podem alimentar num período restrito, estando simultaneamente expostos a potencial predação/perturbação e condições de calor elevado. As implicações destes resultados para a conservação são discutidas no contexto das alterações globais.
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