FUNDAMENTO: Maior conhecimento sobre o estado nutricional e a ingestão de energia e nutrientes é necessário para auxiliar no tratamento de pacientes com insuficiência cardíaca (IC). OBJETIVO: Verificar o estado nutricional e analisar a adequação da ingestão de energia, macro e micronutrientes de pacientes com IC em atendimento ambulatorial. MÉTODOS: Foram coletados dados antropométricos e de ingestão alimentar habitual de 125 pacientes (72% homens, 52,1±9,8 anos, IMC 26,9±4,4 kg/m²). As variáveis antropométricas foram comparadas entre os sexos, e analisou-se a adequação da ingestão de energia e nutrientes perante as recomendações. RESULTADOS: Depleção ou risco de depleção das reservas musculares estava presente em 38,4% dos pacientes (associação com sexo masculino; p < 0,0001). Em 69,6% dos casos, a ingestão média de energia foi menor que as necessidades energéticas (p < 0,0001). Entre os micronutrientes analisados, magnésio, zinco, ferro e tiamina apresentaram prevalências de inadequação importantes, e a maioria dos pacientes teve consumo de cálcio e potássio abaixo da ingestão adequada e consumo de sódio acima. CONCLUSÃO: Pacientes ambulatoriais com IC apresentam depleção de reservas musculares, com ingestão inadequada de energia e diversos nutrientes. Não se observou associação significante entre quantidade de energia proveniente da dieta habitual e o estado nutricional. O acompanhamento multiprofissional deve ser estimulado para avaliar melhor o estado geral desses pacientes.
SUMMARY: Increased knowledge about nutritional status and energy and nutrient intakes is required to improve the treatment of patients with heart failure (HF). OBJECTIVES: To verify the nutritional status and evaluate the adequacy of energy, macronutrient and micronutrient intakes in patients with HF in outpatient clinical settings. METHODS: We collected anthropometric and habitual dietary intake data of 125 patients (72% men, 52.1 ± 9.8 years, BMI 26.9 ± 4.4 kg/m2). Anthropometric variables were compared between genders, and the adequacy of energy and nutrient intakes was analyzed according to current recommendations. RESULTS: Muscle depletion or risk of depletion was present in 38.4% of patients (association with male gender, p <0.0001). In 69.6% of cases the mean energy intake was lower than the one required (p <0.0001). Among the micronutrients evaluated in this study, there was an important prevalence of inadequacy in magnesium, zinc, iron and thiamine intakes, and most patients had calcium and potassium intakes below the adequate levels, and sodium intake above the adequate levels. CONCLUSIONS: Outpatients with HF showed muscle depletion, and inadequate energy and nutrient intakes. There was no significant association between habitual dietary energy intake and nutritional status. Multidisciplinary care should be encouraged to better assess the general condition of these patients.
FUNDAMENTO: Para ayudar en el tratamiento de pacientes con insuficiencia cardiaca (IC) es necesario un mayor conocimiento sobre el estado nutricional y la ingesta de energía y nutrientes. OBJETIVO: Verificar el estado nutricional y analizar la adecuación de la ingesta de energía, macro y micronutrientes de pacientes con IC en atención ambulatoria. MÉTODOS: Se recolectaron datos antropométricos y de la ingesta alimentaria habitual de 125 pacientes (72% hombres, 52,1±9,8 años, IMC 26,9±4,4 kg/m²). Se compararon las variables antropométricas de ambos sexos y se analizó la adecuación de la ingesta de energía y nutrientes frente a las recomendaciones. RESULTADOS: En el 38,4% de los pacientes (asociación con sexo masculino; p < 0,0001) se presentó depleción o riesgo de depleción de las reservas musculares. En el 69,6% de los casos, la ingesta promedio de energía fue menor que las necesidades energéticas (p < 0,0001). Entre los micronutrientes analizados, magnesio, zinc, hierro y tiamina tuvieron una importante prevalencia de ingesta inadecuada, y la mayoría de los pacientes tuvo ingesta de calcio y potasio por debajo y de sodio por encima de la adecuada. CONCLUSIÓN: Pacientes ambulatorios con IC presentan depleción de las reservas musculares, con ingesta inadecuada de energía y diversos nutrientes. No se observó asociación significativa entre cantidad de energía proveniente de la dieta habitual y el estado nutricional. Para evaluar mejor el estado general de esos pacientes debe estimularse su acompañamiento multidisciplinario.