Este artigo explora como os assentados não‐indígenas na Amazônia brasileira adotam estratégias territoriais com o intento de tornar legíveis e legítimas suas propriedades de acordo aos parâmetros das novas reformas governamentais. Na Amazônia, representações oficiais para o desenvolvimento da região são inúmeras ao longo das últimas cinco décadas, estabelecendo uma série de procedimentos contraditórios para reivindicar, manter e dispor da propriedade. Etnografia revela que os colonos tratam como recursos estratégicos a história ambígua da posse e também a sua familiaridade com a terra. Querendo parecer acatar uma possível reforma da situação fundiária, os colonos se envolvem em uma forma de acumulação especulativa: não se trata de uma acumulação de territórios como tal, porem dos meios para defender ou ampliar uma futura reivindicação de terras. Permanecer viá velem um sistema emergente de governança faz com que os colonos busquem uma variedade de práticas discursivas e materiais surpreendentes.
This article explores how nonindigenous settlers in the Brazilian Amazon pursue vernacular territorial strategies as they attempt to make property legible and legitimate in an emerging order of state‐led governance reforms. In Amazonia, official figurations for the development of the region have layered upon one another over the past 50 years, depositing a range of contradictory procedures for claiming, holding, and disposing of property. Ethnography shows how residents draw on the ambiguous history of property‐making and their deep familiarity with surrounding landscapes to influence new environmental governance paradigms. With the goal of appearing in line with state‐led tenure reform, colonists engage in a form of speculative accumulation: not an accumulation of territories as such, but of means to defend or extend one's future land claims. Remaining viable in a possible future governance scheme requires colonists to pursue a range of surprising material and discursive practices.