O caráter aversivo de muitos procedimentos médicos é amplamente divulgado na literatura. Tais procedimentos são considerados como estressores em potencial, principalmente no caso de pacientes pediátricos vítimas de queimaduras. O acidente por queimadura é responsável por uma experiência extremamente aversiva para a criança. Associados a ele estão os efeitos negativos ao desenvolvimento adequado dessa criança, decorrentes da hospitalização e de procedimentos médicos invasivos utilizados no tratamento. As crianças vítimas de queimaduras são constantemente submetidas à realização de procedimentos, como curativos, fisioterapia, que são tidos como extremamente aversivos e inerentes ao tratamento. Este estudo teve como objetivo principal analisar os comportamentos emitidos por crianças vítimas de queimaduras durante procedimento de curativo sem sedação realizado em enfermaria. Participaram seis crianças com idades entre seis e doze anos. Utilizou-se: (a) roteiro de entrevista semi-estruturado com perguntas sobre dados sociodemográficos e questões referentes ao acidente que ocasionou a queimadura, e (b) escala de observação de distresse comportamental (Observation Scale of Distress Behavior [OSDB]). Os resultados apontam que todas as crianças apresentaram uma freqüência de comportamentos concorrentes superior a 80%, em comparação aos comportamentos não-concorrentes. Houve um maior predomínio das categorias comportamentais: protestar (43%), comportar-se de modo nervoso (24%) e chorar (20%). Dentre as categorias de comportamentos não concorrentes, as que tiveram a maior freqüência foram: falar (37,5%) e responder verbalmente (25%). Dessa forma, ressalta-se que procedimentos médicos invasivos necessitam de intervenções que visem à diminuição do sofrimento comportamental da criança.
The aversive nature of many medical procedures is widely available in the literature. These procedures are considered as potential stressors, especially in pediatric patients affected by burns. Burning is a highly aversive experience for the child. Associated with it are the negative effects to the proper development of children resulting from hospitalization and invasive medical procedures used in treatment. Child victims of burns are constantly exposed to procedures such as dressings, physiotherapy, which are regarded as extremely aversive and related to treatment. This study aimed to analyse behaviors of children suffering burns during dressing procedure performed without sedation in the ward. Attended six children aged between six and twelve years. Used: (a) roadmap for semi-structured questions on sociodemographic data and questions relating to the accident which caused the burn, and (b) scale of behavioral observation (Observation Scale of Behavioral Distress [OSDB]). The results indicate that all children had a higher frequency of behaviors competitors to 80%, as opposed to non-competitive behavior. There was a higher prevalence of behavioral categories: protesting (43%), behave nervously (24%) and crying (20%). Among the categories of not competitor behavior, those which had the greatest frequency were: talking (37.5%) and answering (25%). Thus, invasive medical procedures require interventions aimed at reducing the suffering of children..