ESSE artigo busca demarcar a trajetória de luta das mulheres negras brasileiras no interior do movimento feminista nacional. Trata-se de colocar em questão a perspectiva feminista clássica fundada numa concepção universalista de mulher, que tem o seu paradigma na mulher branca ocidental, o que obscurece a percepção das múltiplas contradições intragênero e entre gêneros que a racialidade aporta. Dessas contradições, impõem-se para as mulheres negras a sua afirmação como um novo sujeito político, portador de uma nova agenda, esta resultante de uma identidade específica na qual se articulam as variáveis de gênero, raça e classe, colocando novos e mais complexos desafios para realização da eqüidade de gênero e raça em nossa sociedade.
THIS ESSAY seeks to define the course of Brazilian black women's struggle within the national feminist movement. It questions the classic feminist perspective foun-ded on a supposedly universal notion of woman that takes Western white women as its paradigm, obscuring the perception of the multiple intra- and inter-gender contradictions brought about by racial issues. Given these contradictions, black women are called upon to establish themselves as a new political entity, bearing a new agenda that derives from a specific identity wherein the variables of gender, race and class interact, posing new and more complex challenges to our society effort's in attaining equitableness of gender and race.